
14 dez Por um mundo melhor
Essa coisa de música ” por um mundo melhor” é quase sempre furada, ingênuo, marketeiro e não leva em conta que a sociedade ou o retrato dela é quase sempre mais complexo do que esse maniqueísmo. Mesmo pensando na subjetividade tão fundamental à arte: não rola nem uma desconfiança do quanto isso é simplista? Todo mundo tem o seu demônio, ninguém é só bonzinho. Então quando esse mote ” por um mundo melhor” é usado num festival ( rock in rio) , numa campanha ( criança esperança), num edital ( Natura musical) , ou mesmo como escolha estética inocente de salvar o mundo, a gente tem que sacar o quanto isso pode ser usado pelos oportunistas que querem pagar de bonitinhos. Sem falar, que se a música não ultrapassa essa superfície rasa, a sua boa intenção de fazer um mundo melhor vai pro ralo rapidinho. O jogo do poder é sujo, o que não falta é gente pra se aproveitar da sua inocência e fragilidade pra ir avançando em estratégias de silenciamento e controle social.