
13 dez O Dilema das Redes
” Nada grandioso entra na vida dos mortais sem uma maldição ”
Vale muito assistir ” o dilema das redes” no Netflix. A desconfiança que sempre tivemos de que as redes sociais vão além de uma simples ferramenta é muito bem descrita em entrevistas com profissionais que atuaram em empresas como o Google, Facebook, Twitter, YouTube, etc.. . Todos os entrevistados sem exceção proíbem as redes para os filhos, ou apenas o uso restrito. Claro, sabem do monstro que criaram e o mal que podem causar: Depressão, sedentarismo, ansiedade, baixa autoestima, uma percepção equivocada de si mesmo num jogo competitivo degradante. Nesse jogo nós somos os produtos inseridos num capitalismo de vigilância. Além de produtos, nós somos os manipulados. Os aplicativos foram criados a partir de muitas pesquisas para nos levar a um padrão de comportamento e ao vício, as redes atuam na cabeça como drogas e hipnose. As notificações funcionam como estímulos neurológicos que viciam. Ou seja, todos somos vulneráveis, não é a toa que o termo utilizado para nos classificar é ” usuário “. Foi a partir desse mecanismo de persuasão que chegamos num ponto de alienação e tensão social que está levando as democracias do mundo à ruína, o Brasil é só mais um caso. ” Nunca existiu nada mais eficiente do que o Facebook para manipular estados autoritários ” foi uma das falas dos entrevistados. Os algoritmos em nossas timelines nos aproximam daqueles que concordamos e levam ao consenso de eliminação do opositor, não é a toa que estamos na era dos extremismos. Pode parecer exagero, mas essa situação pode provocar rapidamente o colapso da nossa civilização. Não é difícil imaginar, num mundo cada vez mais desigual, com a ascensão da extrema direita e ferramentas cada vez mais eficazes de manipulação, esse colapso. Os sinais estão aí: degradação do meio ambiente, violência, miséria, barbárie. Tudo próximo de um cenário apocalíptico.
O documentário tem umas passagens mais bobinhas, que são encenações pra deixar mais didático, mas o conteúdo é muito bom. Quem não assistiu aproveita e emenda no ” Privacidade Hakeada ” outro documentário que vai nessa mesma linha e vale muito a pena ver..