Pedro Ivo Frota | Um dia simplesmente eu apareci

Um dia simplesmente eu apareci

Um dia simplesmente eu apareci

“Um dia simplesmente eu apareci”, disse certa vez Bispo do Rosário.
Acredito que a arte é a aparição dos sentidos.
Quando ouvi pela primeira vez o álbum “Carnavalha” do @pedroivomusica, uma parceria dele com @mauroaguiarletra eu estatelei no chão. Tenho por mania ouvir e ouvir músicas, e ainda pintar ao som de algumas. Para escrever é o silêncio. Para extrair cor, rabisco, formas é o som.
Essa faixa “Carnavalha ” que intitula igualmente o álbum na poesia de Mauro ele escreve:
” Vi muito bloco oblíquo
Batucada Bêbada
Vi muito coma etílico, delírio lírico
Sorte e Azar.
Vi a testa do diabo
Vi a seresta do louco
Vi o que presta e não presta
E o que não mais prestava era ouro a brotar “
A poesia de Mauro unida aos arranjos, voz e melodia de Pedro são uma porrada.
E topei esse desafio de realizar uma viagem imagética das 6 canções que estão no álbum.
Risco e delírio nesse pré Carnaval. “Carnavalha ” me soa como uma navalha afiada, a máscara do palhaço, do Bate Bola, que afronta a sociedade e observa talvez com um riso de escárnio porque sabe que ele, o ser por detrás da máscara é um desafio em uma sociedade. O artista agitador, o Zé ninguém, o que vai se lambuzar com a sujeira que jogaram nele. E simplesmente ele aparece.
// Texto e arte de Luciana Nabuco