15 dez Redes Sociais – Ar infecto

Qual o seu nome? Álcoolgelson.

Tem uma questão que sempre volta à tona aqui na rede social e a maneira como lido com ela. A pergunta recorrente é: vc não acha contraditório ser anti rede social na rede social? De forma alguma. Contraditório é lidar com arte e aderir a isso aqui acriticamente sem desconfiança. E para os apressadinhos: criticar isso aqui faz parte do jogo, não criticar é mais inocente. Por vários motivos: primeiro deles é que isso aqui é um espaço essencialmente anti artístico. Esse também não é um espaço só publicitário, foi esse aplicativo que elegeu o Trump e o Bolsonaro. As redes sociais mudaram radicalmente o nosso comportamento e a forma como lidamos com o mundo. É um espaço artificial, de plástico. Não se trata de uma postura esnobe que eu repudio de colocar a arte num lugar intocável ou muito mistificado. Não, é apenas lidar com o mínimo de desconfiança com algo que invade a nossa privacidade impondo uma nova forma de lidar com o nosso ofício e nossas relações. O âmbito político da arte passa por questionar tudo, trazer incômodo e reflexão. Não sei se existe questionamento mais pertinente do que esse hoje em dia na nossa pós modernidade líquida. Outro detalhe importante: não caber nessa fotografia idealizada envolve a imperfeição. A perfeição é uma merda, então passar um pouco da conta, não ser exatamente o que as pessoas esperam que vc seja, ousar, perder seguidor, tudo isso faz parte. Eu não estou aqui pra agradar ninguém, sinceramente, com todo respeito. Nem a esquerda patrulheira nem os paquitos de Instagram. Apenas tentando exercer meu ofício e minha personalidade com o mínimo de honestidade. Ar infecto. Passem álcool gel..
Foto: mesinha onde toco a minha viola e componho de vez em quando..