13 dez Tom Jobim
A gente tá precisando de esperança. Viralizou um vídeo em que o Tom Jobim dizia que a caixinha de fósforo deveria ser proibida assim como o porte de arma, denunciando daquela forma sempre muito elegante e simples ao mesmo tempo a ganância humana que não respeita a natureza e a vida. O Tom Jobim talvez seja a maior influência da minha vida, não só na música, enquanto filosofia de vida, simplicidade. Achei esse vídeo curiosamente a resposta mais contundente a toda essa devastação. O vídeo não tem nada demais, mas em poucos minutos o Tom consegue captar completamente a nossa atenção pra necessidade de valorizar as coisas simples da vida, começando pela natureza que nos cerca e que é abundante no Brasil. A esperança é passada porque a forma que o Tom Jobim enxerga a natureza é com total entrega, a música é só uma continuação, nós só somos a continuação de tudo. Nossa espiritualidade não faz sentido sem a natureza. Nós somos parte de um todo muito maior e precisamos agradecer, e agradecer, e cuidar. Parece um pouco messiânico esse papo, pois é. O Tom falava sobre isso tudo sem messianismo, fazia parte dele, era natural, sem forçar a barra. Estava na sua música, no seu jeito de ser, na sua filosofia e ele sabia preservar isso dentro dele e manifestar com naturalidade. Como faz falta esse entendimento amplo de que nós precisamos cuidar do nosso planeta, da vida, daquilo que amamos. Como fazem falta também artistas tão conscientes do seu propósito, que vai muito além desse jogo de fama e glamour e babosera que contaminou toda a vida pública brasileira.Talvez por isso tudo um vídeo tão simples como aquele tenha me dito tanto. Obrigado, Maestro!